Prefeituras aderem a termo de produção do biodiesel

Mais da metade das prefeituras da Paraíba aderiu ao projeto da empresa Bionor que pretende incentivar o cultivo do pinhão-manso para produção de biodiesel. O termo de adesão foi assinado por 138 prefeitos durante o 1º Seminário Nordestino sobre Desenvolvimento Sustentável promovido pela Assembléia Legislativa da Paraíba durante a 4ª reunião do Parlamento Nordestino (Parlatino), no dia 27, no Hotel Ouro Branco, em João Pessoa.
O tema, ‘Pinhão-Manso: Petróleo verde para o Nordeste’, proposto pelo presidente do Poder Legislativo, deputado estadual Arthur Cunha Lima (PSDB) atraiu a atenção de representantes das Assembléias Legislativas do Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas e Piauí e de gestores municipais.
Todos ressaltaram a importância do debate sobre o cultivo da planta que tem como características a resistência contra pragas e que pode ser praticado em solos pouco férteis e sob climas desfavoráveis, como o semi-árido nordestino.
O presidente Arthur Cunha Lima considerou que os debates e palestras sobre os aspectos positivos para plantação de pinhão-manso contribuíram para unir os gestores nordestinos na busca por caminhos que mostrem o potencial econômico e industrial região.
Para o presidente da Assembléia, além da geração de emprego e renda, o cultivo do produto por pequenos agricultores também terá um importante papel social. "O agregamento familiar vai criar um fenônemo inverso do êxodo rural. Ao invés de saírem de seus municípios de origem para as capitais, os trabalhadores irão voltar para seus estados", disse. O presidente acrescentou que a implantação de um ciclo produtivo colabora para o crescimento da região através do desenvolvimento de cada município, onde existam famílias produtoras do pinhão-manso. "Começamos a mostrar que o Nordeste unido é capaz de gerar a sua própria sustentabilidade", destacou.
A tecnologia da usina para produção de biodiesel, que funcionará em Cajazeiras, a partir do próximo ano, será importada da China, país que realiza pesquisas na área há 15 anos. O trabalho consiste na instalação de sementeiras em alguns municípios do Estado e distribuição destas sementes pela Bionor aos agricultores, através das prefeituras cadastradas no projeto que foi feito pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável Abayomi, através de Rita Medeiros.
Um dos primeiros gestores a tratar do assunto, o ex-prefeito de Cajazeiras, Carlos Antônio, explicou que o projeto consiste na distribuição de sementes de pinhão-manso a agricultores que venderão o produto a empresas, com a garantia de comprador certo após a colheita. Segundo ele, o plantio do pinhão-manso será responsável pela geração de mais de 20 mil empregos diretos na agricultura familiar. "O projeto biodiesel é o maior arranjo produtivo da Paraíba. Esse projeto vem alavancar a economia de cerca de 90 municípios paraibanos e que coloca o Estado na vanguarda com relação ao restante do Nordeste", ressaltou.
O prefeito de Belém, Roberto Flávio comparou o pinhão-manso a um dos produtos de maior exportação: o algodão. O gestor garantiu que a prefeitura vai entrar em parceira com a Bionor para que produção do pinhão-manso se torne uma realidade. "A realidade é que com a instalação de uma usina de biodiesel, teremos uma produção rural com valores agregados que melhorará a vida do homem do campo. Os municípios da zona rural são, em sua maioria, pobres e precisam de uma cultura de subsistência", disse, ao completar que acredita que o pinhão-manso ocupará o lugar de sucessor do algodão.
Um voto de confiança. Foi assim que o prefeito de Nova Palmeira, José Petronilo, considerou a assinatura do termo de adesão ao projeto para cultivo do pinhão-manso. "Eu creio que é mais uma alternativa em benefício de sobrevivência para o nosso povo. Uma experiência deve ser feita, até porque a prefeitura não tem como subsidiar a vida do agricultor", pontuou.
Além de prefeitos paraibanos, secretários municipais de Agricultura, o 1º Seminário sobre Desenvolvimento Sustentável promovido pelo Parlatino, também contou com a participação de parlamentares de outros estados. Representando a Assembléia Legislativa do Piauí, o deputado estadual Paulo Vilarinho (PTB/PI) destacou que as principais vantagens da produção de energia através do cultivo do pinhão-manso. "Fazendo a comparação com a mamoma, nos vemos um aspecto muito positivo no pinhão, é que ele é uma planta que tem uma vida de quase cinqüenta. Outro fato é que apesar da colheita só se da após três anos, as plantações podem ser consorciadas com outros tipos de cultivo, o que permite que os agricultores tenham outra maneira de subsistência", disse. Ainda de acordo com o deputado estadual Paulo Vilarinho, o projeto para produção desta fonte de energia `limpa´ chega para diminuir a exclusão social.
Por fim, o parlamentar piauiense destacou que a plantação das arvores que produzem o fruto do pinhão-manso possuem aspecto ambiental por contribuir para redução dos gases que provocam o efeito estufa ao planeta. Ele disse que pretende levar as discussões sobre biodiesel para o Piauí. "O ponto principal é a durabilidade da planta, que vai permitir a criação de uma cultura agrícola perene", finalizou.
Fonte: ALPB
